A doença de Parkinson, embora seja um distúrbio principalmente dos movimentos, afeta várias outras funções do corpo. A vida sexual é uma delas, uma vez que esta é diretamente ligada ao sistema nervoso, assim como Parkinson. De acordo com a American Parkinson Disease Foundation, esta doença neurológica, crônica e progressiva, pode reduzir o desejo sexual e também comprometer o orgasmo. Ou seja, o Parkinson afeta, ao longo da vida, a sexualidade em algum aspecto. Com frequência, os pacientes confirmam este fato.
A disfunção sexual é um sintoma constrangedor e com grande reflexo na qualidade de vida e na autoestima dos pacientes. No entanto, o problema nem sempre recebe a atenção que merece e suas causas são misturadas e confundidas. São muitas variáveis, é fato: questões físicas, emocionais, neurológicas e medicamentosas.
Os tremores e a rigidez muscular podem tornar a atividade sexual dolorida e desagradável. A lentidão dos movimentos e a falta de coordenação também chegam a comprometer a vida sexual. A fadiga e a depressão, sintomas importantes da doença de Parkinson, também interferem na qualidade do relacionamento.
A baixa libido, ou perda do desejo, é outra queixa comum entre os parkinsonianos. Os níveis baixos de dopamina no cérebro, assim como os efeitos colaterais de algumas medicações usadas no controle da doença, podem levar a este quadro indesejado.
A disfunção sexual também é comum em pessoas mais velhas, independentemente de elas terem Parkinson ou não. Um estudo realizado pela Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, mostrou que uma disfunção leve a moderada afeta aproximadamente 50% dos homens de 50 anos, 60% dos homens de 60 anos e assim em diante. Ou seja, a questão fica mais frequente com o passar da idade. Com o Parkinson, o quadro agrava.
Os problemas que atingem a vida sexual de um paciente de Parkinson também afetam diretamente seu cônjuge. Uma doença desta importância mexe com o emocional de todos que estão ao redor, especialmente das mais próximas, que muitas vezes ocupam também o papel de cuidador.
Nestes dois cenários citados acima, é importante conversar com a esposa/o marido, alinhar expectativas, reconhecer limitações e descobrir novos jeitos de ficar juntos e próximos, apesar das dificuldades e desafios.
Conversar com o médico também é um passo fundamental. Em muitos casos, há maneiras de rever a medicação e suas dosagens e melhorar as dificuldades pontuais. Nos homens, há diversos recursos para a disfunção erétil, consequência da circulação sanguínea comprometida. E, para as mulheres, a queixa de pouca lubrificação vaginal também pode ser equilibrada.
Fonte: https://www.erichfonoff.com.br/blog/como-a-doenca-de-parkinson-pode-afetar-sua-vida-sexual/
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