Antes de começarmos a falar sobre aneurisma cerebral, precisamos retornar ao assunto de AVC (Acidente Vascular Encefálico). Esse é um grande problema de saúde no nosso país e, de acordo com os dados do Governo Federal, por ano, são registrados 68 mil mortes por AVC somente no Brasil.
E por que falamos de AVC quando o assunto é aneurisma? Você vai entender a resposta para essa pergunta agora mesmo.
O que é aneurisma cerebral?
Existem dois tipos de AVC: o hemorrágico e o isquêmico. Este, acontece quando o fluxo sanguíneo é interrompido em alguma parte do cérebro, muitas vezes causado pelo acúmulo de placas de gordura nos vasos. Aquele, o hemorrágico, é causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo, interrompendo também o fluxo, mas de uma maneira diferente.
O que faz com que o vaso se rompa? O aneurisma é como um local de fraqueza na parede do vaso, é uma bolha que se forma com uma membrana extremamente fina. Ela costuma se formar justamente na bifurcação de um vaso, ou seja, quando ele se desdobra em dois vasos. Essa bolha, por sua vez, começa a encher como um balão de festa. Em um determinado ponto ela se rompe, provocando o AVC hemorrágico.
Há, basicamente, dois tipos de aneurismas:
- aneurisma sacular — é um problema congênito e que pode causar problemas no futuro pela associação de uma patologia como a hipertensão arterial;
- aneurisma fusiforme — ocorre com o passar do tempo, causada pela deposição de gordura na parede dos vasos e calcificação da região.
As causas do aneurisma cerebral são muitas e, em alguns casos, não há uma única causa. Por exemplo, a predisposição familiar é um fator de risco, portadores de hipertensão arterial (em especial os pacientes que estão entre 35 e 60 anos de idade), dislipidemia e diabéticos também são. Maus hábitos como consumo de álcool e uso de cigarros também podem ser a causa.
Além disso, o gênero também é relevante. O aneurisma cerebral costuma ocorrer mais em mulheres. Pacientes com tumores cerebrais ou que sofreram algum trauma o crânio também apresentam grandes chances de desenvolver a condição. Podemos citar também algumas doenças genéticas que podem causar um aneurisma: coarctação da aorta, deficiência de alfa-1-antitripsina, anemia falciforme, esclerose tuberosa, lúpus eritematoso sistêmico, Síndrome de Marfan, rins policísticos, entre outras.
Como identificar um aneurisma cerebral no paciente?
Em alguns casos, quando o aneurisma é pequeno, ele pode ser assintomático. Com o passar do tempo, ele cresce e começa a comprimir algumas regiões do cérebro. Nesse caso, os sinais e sintomas apresentados dependerão da área afetada. Quando o aneurisma é maior, é possível identificar alguns sinais e sintomas como:
- dor de cabeça de maneira súbita;
- perda de consciência;
- náuseas;
- vômitos;
- visão dupla ou perda de visão súbita;
- pescoço rígido;
- fotofobia;
- convulsões;
- sonolência;
- redução de sensibilidade em alguma parte do corpo;
- dificuldade para se locomover;
- queda de pálpebra.
Até a década de 90, os profissionais só contavam com a angiografia cerebral que, na época, era o único que exame existente para diagnosticar um quadro de aneurisma. Ele consegue mostrar o desenho das artérias e assim, facilita a identificação do problema, a localização, a sua extensão e possíveis sequelas. Atualmente, existem diversos exames não-invasivos que podem oferecer o diagnóstico adequado.
Para realizar o diagnóstico de aneurisma cerebral, o exame de angio-ressonância magnética é de fundamental importância. Há também outros tipos de exames que ajudam o profissional nessa questão. O exame ocular, por exemplo, consegue mostrar que a PIC (pressão intracraniana) está alterada e pode haver inchaço do nervo óptico e também sangramento na retina.
Um exame neurológico também é muito importante, pois pode identificar uma movimentação anormal dos olhos, perda de força, problemas na fala, entre outros. Além dos exames já mencionados, há outros que podem ser feitos: TC, RM e angiografia cerebral ou angiografia por tomografia computadorizada espiral da cabeça.
Quais são os tipos de aneurisma cerebral?
Como dissemos neste post, existem dois tipos de aneurisma em seu tipo básico: o fusiforme e o sacular. Mas o diagnóstico e a forma de tratamento dependerá, principalmente, da localização do aneurisma. Pode depender também de outros fatores como a extensão da hemorragia e até mesmo da história familiar.
Por exemplo, quando o aneurisma é familiar, normalmente ele é múltiplo, ou seja, esse paciente já teve ou tem aneurisma em mais de um local no cérebro. Outra dica nesse caso é quando essa condição aparece em locais atípicos ou quando é gigante. Nesses casos, é possível desconfiar de uma predisposição genética.
O aneurisma cerebral tem cura?
Sim, e quanto antes ele for diagnosticado, melhor o prognóstico. Porém, pode haver casos em que o paciente não consegue resistir devido à gravidade e extensão do aneurisma. Muitos morrem antes e chegar ao hospital ou mesmo após o atendimento. Por isso, é muito importante identificar os sinais e sintomas o quanto antes.
Muitos dos pacientes podem ficar com sequelas, pois o aneurisma provoca hemorragia subaracnoide, um quadro clínico considerado bastante grave e consegue provocar uma dor de cabeça terrível, possivelmente a pior que o paciente já teve em sua vida.
Por exemplo, um aneurisma que atingiu a Área de Broca, pode provocar problemas na fala e na compreensão das palavras para o indivíduo. Assim, pode ser necessário, por exemplo, o acompanhamento de outros profissionais no tratamento como o fonoaudiólogo.
Como posso me aprofundar no tema?
Como o aneurisma cerebral tem uma grande taxa de mortalidade, os estudantes precisam compreender ao máximo sobre o assunto e associar os sinais e sintomas o mais rápido possível à condição já que estamos falando de um caso emergencial. Com maior conhecimento sobre o assunto, os médicos também são capazes de realizar o diagnóstico antes de que a hemorragia aconteça, salvando vidas e minimizando as sequelas.
Para saber mais sobre o assunto e se aprofundar no tema, uma ótima opção seria o curso de AVC que a Bestmed oferece. Nele você verá muito sobre aneurisma e o responsável pelo curso é um profissional altamente especializado em aneurisma cerebral, o Dr. Daniel França.
No curso, o aluno aprenderá sobre todas as formas de tratamento, sobre as cirurgias já realizadas por via endovascular, cabeça aberta e outros tipos. Ele também verá diversos casos clínicos, ajudando na compreensão e fixação do aprendizado.
Além de tudo isso, haverá também a grande oportunidade de assistir a uma cirurgia de aneurisma cerebral aberta, na qual o especialista mostrará os nervos ópticos, todos os vasos cerebrais e, é claro, o local do aneurisma. É um curso completo para quem deseja se aprofundar no assunto.
Fonte: https://www.bestmed.com.br/blog/aneurisma-cerebral-o-que-todo-estudante-de-medicina-deve-saber/
#drfelipebarreto
#dr.felipebarreto
#felipebarretoneuro
#neurocirurgia
#neurocirurgiadrfelipebarreto