Entre 1998 e 2013, o Ministério da Saúde registrou quase 60 mil internações por efeitos adversos de medicamentos. Aproximadamente 15 mil delas foram no estado de São Paulo. Apesar de qualquer fármaco poder trazer efeitos colaterais, o maior problema está na ingestão descontrolada dos medicamentos que exigem prescrição médica, afirma o superintendente corporativo do Sírio-Libanês, o dr. Gonzalo Vecina Neto.
Ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o dr. Vecina Neto explica que os medicamentos sem tarja são aqueles que não precisam de receita para sua compra porque apresentam poucos riscos, embora demandem conhecimento básico e uso consciente por parte da população.
Os medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, por exemplo, estão isentos de receita e trazem poucos efeitos adversos, mas não podem ser tomados por pessoas com suspeita de dengue. Já o paracetamol deve ser evitado por pessoas com problemas hepáticos.
Em relação aos remédios de tarja vermelha ou preta, a prescrição médica é obrigatória justamente porque trazem mais riscos. Os de tarja vermelha se dividem entre aqueles que a receita fica retida na farmácia ou não. E os de tarja preta só podem ser vendidos com a retenção da receita.
“Esses diferentes graus de dificuldade para se conseguir comprar os medicamentos têm a ver com os danos que eles podem provocar quando usados de forma incorreta”, diz o dr. Vecina Neto. “Todo medicamento traz riscos, mas para os que exigem receita a chance de efeitos adversos é bem maior”, reforça.
Cuidado com as doses extras
Um recente estudo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) — entidade privada que atua na área de ensino e pesquisa do mercado farmacêutico — mostrou que a automedicação é praticada por 76,4% dos brasileiros. Das 1.480 pessoas de 12 capitais brasileiras entrevistadas, 32% disseram ter o hábito de aumentar as doses de medicamentos prescritas por médicos com o objetivo de potencializar os efeitos terapêuticos.
Para o dr. Vecina Neto, esse é um comportamento muito arriscado. “Aumentar a dosagem não vai melhorar a ação do medicamento e ajudar o paciente. Pelo contrário. Como todo medicamento pode ter efeito adverso, o produto ingerido a mais pode apenas intensificar os efeitos colaterais”, diz.
Caso o medicamento não seja tomado na hora certa, não deve ser feita uma compensação da dose na próxima tomada. “O medicamento já deixou de fazer o efeito naquele ciclo. Continue tomando normalmente, sem acrescentar nenhuma dose”, explica.
Por isso a dica é programar no celular ou no relógio sinais de alerta para o horário do tratamento. Quando for sair de casa, uma quantidade suficiente do medicamento em uso deve ser levada para o período em que for ficar ausente.
Todos os medicamentos devem ser guardados em recipientes próprios que os protejam da luz solar, da umidade e do calor.
Fonte: Dr. Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Sírio-Libanês.
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