Desde o início da pandemia pelo novo coronavírus, em dezembro de 2019, a estratégia de redução de contato e movimento geral, somada ao isolamento de pessoas potencialmente contaminadas, foi chave para o enfrentamento, visando reduzir transmissibilidade e manter capacidade de atendimento aos doentes.
Alguns países ou regiões passaram por quarentenas em massa, com medidas bastante restritivas, como o ocorrido em regiões da China (província de Wuhan) e norte da Itália. Outros países, como o Brasil, adotaram medidas menos restritivas.
Fatores estressores durante a quarentena
Os principais estressores durante a quarentena são:
- Período de duração da quarentena: quanto mais longo, maior a relação com transtorno de stress pós-traumático e sentimento de raiva.
- Medo de infecção: incluindo tanto medo de estar infectado, quanto medo de passar para outras pessoas, particularmente membros da família.
- Frustração e tédio: como resultado de perda de rotina social, culminando também em sentimento de solidão e isolamento.
- Acesso a suprimentos: receio de não ter acesso a suprimentos alimentares, medicamentos ou tratamento médico adequado.
- Acesso a informação: falta de informações de qualidade ou diretrizes claras informando riscos reais e objetivo do isolamento resultam em stress psicológico adicional e aumentam o medo.
Fatores estressores pós-quarentena
Os principais estressores pós-quarentena são:
- Perdas financeiras: resultado tanto da impossibilidade de trabalhar quanto da interrupção das atividades laborativas devido a medidas de restrição geral, são fatores de risco para sintomas relacionados a desordens psicológicas, particularmente medo e raiva, que podem perdurar por meses.
- Estigma: Frequentemente relatado por pessoas que realizaram a quarentena, que descrevem terem sido tratadas de maneira diferente: se sentiram evitadas, tratadas com medo/suspeita ou terem recebido comentários em forma de crítica.
Como reduzir os impactos psicológicos
O que fazer para amenizar os efeitos psicológicos da quarentena?
- Buscar fontes seguras e de qualidade para se manter informado e definir limites diários para usar as redes sociais.
- Prover suprimentos necessários.
- Reduzir o tédio com leituras prazerosas, uma rotina de atividade física ( mesmo com os limites de serem feitas dentro de casa) e a manutenção de vínculos familiares e de amizade através de chamadas de vídeo, são bons exemplos.
- Fornecer suporte psicológico para aqueles que necessitarem, através de atendimentos psicológicos remotos, e reforçar rede de apoio – vínculos com familiares e amigos através de contatos virtuais.
- Dar atenção especial aos profissionais de saúde, por já apresentarem elevada taxa de stress psicológico, sobrecarga de trabalho e angústias adicionais.
Além da quarentena, outras medidas como distanciamento social e proibição de maior concentração de pessoas também podem ter impacto psicológico. É imprescindível deixar extremamente claro o motivo pelo qual estas estratégias estão sendo adotadas e clamar por senso de responsabilidade e altruísmo de todos: suas decisões e atitudes individuais, mais do que nunca, impactam na coletividade.
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