A implementação e difusão de uma técnica de radioterapia cranial focal precisa, que possibilita a administração de uma alta dose de radiação restrita à lesão em fração única (radiocirurgia) ou poucas frações (radioterapia estereotática fracionada), assim como o aumento das opções de tratamento sistêmico (novas classes de quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia), são alguns dos avanços e inovações implementadas que podem explicar o incremento de duas a três vezes, em média, na sobrevida de pacientes que desenvolvem metástase cerebral em comparação com a década anterior.

Resultados mostram aumento de 2 a 3 vezes na sobrevida de pacientes com metástases cerebrais.

A conclusão é do estudo do nosso Departamento de Radioterapia, que analisou casos com origens primárias de mamapulmão e melanoma em dois diferentes períodos com um intervalo de dez anos. Os dados foram apresentados no Congresso Anual da Sociedade Americana de Rádio-Oncologia (ASTRO), no final de 2017, em San Diego (Estados Unidos).

O trabalho comparou, retrospectivamente, os pacientes diagnosticados com metástase cerebral nos períodos de 2001 a 2003 e de 2011 a 2013. A maioria deles tinha como doença inicial tumores no pulmão (91 pessoas), na mama (69) e melanoma (33). Os pacientes foram divididos em dois períodos de análise com intervalo de dez anos e também por uma escala prognóstica que é definida por uma ferramenta que leva em conta o local do tumor primário e os fatores de risco de cada indivíduo, permitindo, assim, uma comparação entre grupos de pacientes com o mesmo prognóstico, tratados nos diferentes períodos.

Os pacientes com metástase cerebral de tumores surgidos na mama que foram diagnosticados entre 2001 e 2003 viveram de 10 a 11 meses, enquanto os que tiveram a doença identificada uma década depois viveram de 20 a 34 meses. Nesses mesmos dois períodos, a sobrevida de pacientes com metástase cerebral de tumor primário no pulmão saltou de 3 a 8 meses para 14 a 24 meses, enquanto naqueles com metástase de melanoma a sobrevida passou de 7 para 16 meses.  

Conforme explica nosso radioterapeuta, Dr. Douglas Guedes de Castro, um dos autores do trabalho, as metástases cerebrais são os tumores que mais acometem o sistema nervoso central. Isso ocorre, segundo o especialista, porque o cérebro é um dos principais locais para os quais se disseminam dois dos tumores mais incidentes na população brasileira, que são mama e pulmão. “Felizmente, como mostrou nosso estudo, os avanços no tratamento das metástases têm possibilitado esse novo cenário, bem mais positivo, para um grande número de pacientes”, destaca.

O estudo contou também com a participação dos radioterapeutas do A.C.Camargo, Antônio Cássio Pellizzon (diretor), Maria Letícia Gobo Silva, José Victor Paixão, Michael Jenwei Chen, Ricardo César Fogaroli, Guilherme Gondim e Henderson Ramos.

 

Referência: The Shifting Landscape of Overall Survival in Patients With Brain Metastases in a 10-Year Timeframe. International Journal of Radiation Oncology Biology Physics, October 2017; 99(2):E99.

 

Fonte: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/evolucao-na-sobrevida-de-pacientes-com-metastase-cerebral

 

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