A Rizotomia Dorsal Seletiva (RDS), é um procedimento cirúrgico eficaz e bastante utilizado no mundo para tratamento da espasticidade, causada pela paralisia cerebral e outras enfermidades.
A espasticidade é uma alteração no tônus muscular (contração dos músculos), que se manifesta como uma rigidez exagerada. Esse aumento involuntário da contração muscular pode afetar qualquer músculo e impede a pessoa de fazer as suas atividades diárias, como andar, comer ou falar, por exemplo.
Ela ocorre em doenças neurológicas que provocam lesão de células do sistema nervoso central, responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários. Entre as doenças neurológicas mais comuns que levam a espasticidade se destaca o acidente vascular cerebral em adultos e a paralisia cerebral em crianças.
A espasticidade não pode ser curada, mas é possível ser tratada e reduzida através de vários tipos de tratamentos, entre eles a Rizotomia Dorsal Seletiva.
Como é feita a cirurgia de rizotomia dorsal seletiva
A técnica minimamente invasiva foi criada pelo Dr. T. S. Park (Saint Louis Children’s Hospital – EUA), e consiste na inativação de parte dos nervos (raízes), que conectam os músculos à medula, sendo feita através de microcirurgia, com uma incisão pequena, de 3 a 5 cm.
Durante a cirurgia, as raízes são subdivididas em radículas menores, e as mesmas são estimuladas uma a uma através de uma técnica de monitorização neurofisiológica intraoperatória, com a finalidade de detectar as radículas a serem seccionadas, otimizando o resultado.
Com isso, os pacientes vão apresentar uma redução considerável da espasticidade, melhorando a qualidade de vida, permitindo maior atividade motora, e em vários casos, alguma forma de deambulação.
Alguns resultados podem ser vistos já no pós-operatório, mas é importante ressaltar que o potencial funcional pleno do paciente vai ser revelado ao longo dos meses, através das atividades fisioterápicas e eventualmente, cirurgias ortopédicas pontuais, quando indicadas.
Dúvidas comuns sobre a rizotomia dorsal seletiva
1- Qual a duração da cirurgia?
O ato operatório em si tem duração de 4 a 5 horas. Temos ainda que acrescentar o tempo da anestesia e o do monitoramento neurofisiológico. Com isso o tempo total em sala cirúrgica pode atingir 8 horas, em média.
2- Quantos dias o paciente fica no hospital?
Em média 4 a 5 dias. Geralmente a recuperação é rápida pois utilizamos a técnica minimamente invasiva, onde a incisão realizada é reduzida.
3- Quando o paciente pode reiniciar a reabilitação?
Alongamentos podem ser iniciados no segundo ou terceiro dia do pós operatório. Com o passar dos dias e melhora do estado geral do paciente, podem ser iniciados gradualmente outros exercícios. As terapias em piscinas, geralmente podem ser iniciadas após 3 semanas.
4- Existe diminuição de força após a rizotomia?
Não, a rizotomia dorsal não enfraquece os músculos. O que acontece é que, após a cirurgia, em geral existe uma redução importante da hipertonia muscular, que mascarava uma fraqueza que o paciente já tinha. Com a realização da fisioterapia no pós-operatório, o paciente pode buscar uma recuperação muscular que a espasticidade não permitia.
5- A rizotomia perde o efeito ao longo dos anos?
Não, a rizotomia é um procedimento de grande durabilidade, não precisando ser repetido.
6- Qual a idade ideal para rizotomia?
Idealmente, pacientes de 4 a 6 anos apresentam resultados mais rápidos e visíveis após RDS. Entretanto, se houver indicação, pacientes em qualquer idade vão se beneficiar da RDS.
Fonte: https://www.neurologica.com.br/blog/rizotomia-dorsal-seletiva-para-tratamento-da-espasticidade/
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